Há exatos nove dias, comecei a sentir os efeitos da malária. Tinha acabado de voltar do ginásio onde tinha feito exercício. Ainda me lembro que naquele dia, um sábado, eu estava me sentindo muito bem e ainda dei uma puxada no treino.
Cheguei no quarto do hotel, tomei um bom banho de chuveiro, e antes de almoçar, resolvi dar uma olhada na Internet. Coisa de meia hora. Quando levantei da poltrona, senti uma tontura e dor no corpo todo. Achei que tinha exagerado no exercício e era melhor comer logo alguma coisa. Daí para frente, só piorei. Comecei a ter febre, sentir calafrios, dores no estômago.
A noite foi complicada, mas nem tanto. Passei um domingo bem mole, achando que tinha pegado alguma virose. Na segunda-feira pela manhã, não consegui mais tomar o café da manhã. Fui na farmácia que fica dentro da área do hotel – “lá eles devem saber o que eu tenho, deve ser alguma coisa comum aqui”, pensei. Não precisou nem de um minuto de conversa para descobrir que tinha malária.
Comprei um remédio apropriado, à base de artemisinina, extraída de uma planta chinesa. Voltei para o quarto, para a cama, de onde quase não sai mais durante quatro dias.
Chamei o médico do hotel, um nigeriano, que confirmou o diagnóstico, não pediu exames nem nada. O interessante é que, pela postura e modo de falar, ele parecia mais um lorde inglês, ou uma ator shakesperiano. Recebi uma batelada de remédios e um antibiótico. Foi a última vez que o ví, espero!
Tenho que dizer que o pessoal do hotel foi muito bom comigo. Passavam pelo quarto várias vezes por dia para saber se precisa de alguma coisa. Teve um que veio até dar uma rezada.
Esgotei minha roupas, cuecas, camisetas e pijamas. Tudo ficou encharcado, molhado de suor. Na cama, ficava de dia de uma lado, e à noite do outro, era muito suor. Sentia tudo encharcado. Tive de mandar a roupa para a lavanderia, situação emergencial. No final, fiquei só de cueca e nem me importava mais com quem entrava no quarto.
Depois do terceiro dia, tomando as medicações, percebi que comecei a melhorar. Hoje, nove dias depois, domingo, estou bem, mas estou dormindo umas 12 horas por dia, pelo menos.
Alguma informação sobre a Malária
A malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos – fêmeas sempre fatais!
O texto abaixo que extrai da Wikipidia mostra exatamente o que senti (http://pt.wikipedia.org/wiki/Malária).
“Estas crises, mais frequentes ao cair da tarde, iniciam-se com subida da temperatura até 39-40 °C. São seguidas de palidez da pele e tremores violentos durante cerca de 15 minutos a uma hora. Depois cessam os tremores e seguem-se duas a seis horas de febre a 41 °C, terminando em vermelhidão da pele e suores abundantes.”
Uma noite, olhei meu pé e parecia que via o sangue passando sob a pele, de tão transparente e vermelha. Confesso que naquela noite fiquei assustado.
Durante este tempo todo fiquei pensando sobre o que é a malária, que a gente sempre ouve muito e pouco sabe. Fiquei pensando como deve ser difícil para uma família sem acesso a médico e a medicamentos, ver os filhos doentes, sofrendo, podendo até morrer.
Abaixo mais algumas informações que extraí do site “Malaria Foundation International”.
- Malária é a causa estimada de 300-500 milhões de casos clínicos, com um milhão de mortes por ano.
- A cada 30 segundos, uma criança morre por causa da malária.
- Nos hospitais africanos, 60% das internações são causadas pela malária.
Não faça prevenção por conta própria. Em caso de suspeita, procure atendimento médico!
Malária, espero, nunca mais!
Tags: Abuja, doença, febre, Malária, mosquito, Nigéria, Viagem
Fala Paulo!!
ainda bem, que já está tudo certo com voce, e no final das contas mais uma história pra contar né!! muito legal mesmo seu blog!! e demais essas suas experiências!!
um forte abraço!!!!
Oi Bruno, quanto tempo!
É, é uma boa história e uma boa lição. Repelente de mosquito não engorda e faz bem à saúde!
Um abraço, ainda da África…
Paulo,
Que pancada, hein? Ainda bem que deu tudo certo e você está bem. Nada de economizar no repelente, agora, viu?
Abraço!
Amanhã, antes do trabalho, primeira parada é na farmácia para comprar repelente!
Abraços
nossa! espero que vc esteja melhor!!!!!!!!!!!!!!!!!! =)
tome cuidado
aonde v esta morando agora?
Estou em Abuja, na Nigéria. Fcio aqui até o fim de novembro.
Hoje, estou me sentindo muito bem.
Abraços
Garoto, que horror! Cuide-se e … malaria, nunca mais!!!!!
Oi Nadja, concordo! Malária, nunca mais!
Quem mandou ficar andando perto de mosquitas!
Muheres!
Adorei a logomarca!
Dorme Paulão, dorme mais um pouquinho.
Coitado do meu amigo Paulão!
RE
As “mosquitas” não me deixaram em paz, fazer o que?
Encarando mais uma semana, agora no trablaho.
Bjos e saudades
Oi Paulo,
Só em ler já dá calafrios, que sofrimento. Deve ter passado tanta coisa na sua cabeça nesse dias.
Imagine as crianças… Minha esposa trabalha em uma UTI infantil de um ótimo hospital e eu ouço tantas histórias ruins, imagine quem não tem acesso a nada disso…
Uma vez eu vi uma reportagem em que um amazonense havia tido malaria 14 vezes!
Que bom que vc melhorou a ponto de compartilhar a sua história.
Se cuida! repelente agora até como desodorante hein.
Bom, então você deve ter tido uma boa idéia do que foi pegar malária – malária 14 vezes????
Eu mudava para o pólo sul, ou talvez pólo norte!
Abrs
Que bom que você está melhor. E medicado corretamente. Grande Abraço.Ivone também manda beijos.
Oi Jairo, a medicação foi a “bala de prata”!
Bjos
Uau hein pai!
Essa é uma daquelas aventuras que a gente nunca espera passar…
Ficamos aflitos, ainda bem que deu tudo certo!
Seu novo netinho parece que está querendo esperar o vovô voltar pro Brasil pra nascer!
Bjos
Gabi
Bom, confesso que não foi divertido, assim nça entra na minha lista de aventuras.
Logo mais estou por ai para ver o meu netinho! Muitas sauades e ansioso!
Que bom que já está melhor. Notei seu sumiço no twitter. O Marcos já teve malária, lembra?
Cuide-se
Beijo e saudade
Oi Maria, achei que tinha sido febre amarela.
Bjos e saudades.
Paulo,
Eu não sabia que você estava com malária… Vi os comentários no grupo, mas não tinha lido o blog.
Que dureza, hein?
Espero que esteja melhor e que volte logo com muita saúde. O pai e a mãe não param de perguntar por você.
Beijos e saudades,
OI, já estou 100%, eu acho 🙂
Logo mais estou de volta!
Bjos