Depois de quase duas semanas em São Tomé, tomei vergonha na cara e resolvi registrar minhas primeiras impressões sobre este pequeno país. Acho que entrei no clima tropical, no ritmo lento, vida mansa e feliz de STF. Foi assim que fui adiando o inadiável.
Logo ao chegar, já no aeroporto, tive a felicidade de encontrar com amigos com quem trabalhei no Timor-Leste, quase dez anos atrás. Feliz coincidência que me permitiu conhecer melhor São Tomé.
Já no fim de semana, visitamos o norte da ilha, onde conhecei as suas famosas “roças”, imensas plantações de cacau do tempo colonial. Hoje, estão praticamente abandonadas. Cada roça tinha um imensa infraestrutura, com casas, hospital, iluminação, estradas, etc.
As construções parecem muito com as das antigas fazendas de café do interior de São Paulo. O litoral é lindo, e o lado norte da ilha, mais montanhoso, lembra o litoral norte de São Paulo ou Rio de Janeiro, quando a estrada estreita, de uma lado, segue próxima ao mar e do outro, a estrada segue as altas e verdes elevações da serra do mar.
Vegetação luxuriante, alta umidade, muito calor, um brisa quase que constante, assim é a geografia aqui. Os pássaros estão por todo lado, coloridos, amarelos, verdes, vermelhos, azuis, pequenos, grandes, só isto já vale o passeio.
Andar pelas ruas durante o dia é quase impossível. Já pela manhã, ou no fim da tarde, uma caminhada pela avenida que beira o oceano, observando os corajosos pescadores, em seus pequenos barcos com velas brancas, os estudantes com seus uniformes brincado nas ruas, é uma experiência das mais agradáveis.
A comida, com sabor totalmente português, me faz sentir em casa. Não achei a comida barata, cada refeição pode custar entre sete e vinte euros.
A moeda se chama dobra, e um euro equivale a 24.000 dobras.
Aprendi um pouco sobre a vida aqui, sobre os sofrimentos de um povo colonizado e explorado, de uma população escrava, as doenças, a malária, hoje, felizmente, quase erradicada.
O interessante foi saber que, assim como Cabo verde, a população não é nativa. A maioria da população e oriunda continente africano. Não existe uma população realmente nativa. Alguns dizem que sim, mas que foi totalmente exterminada.
Aproveitei os fins de semana para fazer alguns mergulhos, a temperatura da água é excelente, a visibilidade também, com boa variedade de peixes e corais. Para quem gosta de mergulho vale de a pena. O custo, incluindo a saída de barco, para dois mergulhos e equipamento completo, foi de 60 euros.
Estou hospedado no Hotel Miramar, do grupo Pestana. A diária custa 75 euros. O hotel é confortável, o pessoal de atendimento é muito simpático. Um bem cuidado jardim e uma imensa piscina completam o cenário tropical. A Internet no hotel, apesar de lenta, é gratuita. Aguarda-se para fins de 2012, a finalização da instalação do cabo submarino de fibra ótica para o acesso à Internet em alta velocidade, e quem sabe, com preços baixos.
Outro excelente passeio foi ao Parque Natural d’Ôbo, onde fizemos uma boa caminhada. Na volta paramos para visitar o Jardim Botânico que é a porta de entrada para Parque. Mais uma oportunidade ver as muitas plantas que também encontramos no Brasil, e de muitas outras que só existem em São Tomé.
Já tenho boas lembranças de São Tomé e Príncipe, mais uma país que vou guardar com muito carinho no meu coração.
Agora e ver Cabo Verde, para onde viajo em poucos dias.
Fotos: Paulo Siqueira