Bissau, capital da Guiné-Bissau, na África, é uma cidade pequena, com pouco mais de 385 mil habitantes. Possui algumas ruas asfaltadas, mas a maioria é de terra, terra vermelha.
O pó vermelho está por todo lado, nos sapatos, nas casas, nos carros. Lembra a poeira do deserto.
Tudo muito seco e quente. Pela manhã e à noite, a temperatura é mais amena.
Andar pelas ruas ao sol do meia dia é bem desagradavél. Procuro logo uma sombra ou algum lugar com ar-condicionado para ficar.
Aqui também tem Carnaval. No sábado e no domingo fui ver o desfile. É pobre e desorganizado, mas com alegria e muita participação da criançada. Passei boas horas observando as pessoas, o desfile, as fantasias, mascaras e a cidade.
Trabalhei a semana toda, fui a diversas reuniões. Todos são muito simpáticos, não há problema de segurança, e caminhar pela cidade é uma boa opção. É necessário tomar cuidado ao fotografar. Muitos não gostam, e fotografar bancos, escritórios públicos e unidades do exército e da marinha é proibido.
A comida, portuguesa com certeza. Prato principal para todo lado – o Bitoque, faz a alegria dos famintos – arroz, ovo frito e bife, acompanhado sempre de batatas fritas.
Da janela do meu escritório, no quarto andar, me diverti assistindo um jogo de futebol feminino no campo da base naval. As jogadoras não se importavam com o calor. Eu, tranquilo no meu ar-condicionado, sofria por elas. Escolhi o time de camisas vermelhas para torcer.
Vou do hotel ao escritório em uma caminhada de poucos minutos. O cheiro de lixo e a sujeira estão por todo lado. O que tem de sacos plásticos por todo lado é incrível, acho esta uma das piores invenções da sociedade moderna. Crianças brincam nos montes de lixo que estão acumulados ruas e nas áreas sem construção.
Já encontrei vários brasileiros e portugueses. Inclusive alguns com quem trabalhei no Timor-Leste. Mundo pequeno este.
A língua é o português, nas ruas se fala o crioulo (mistura de português e língua local) e também o francês.
Na TV do hotel tenho acesso à Rede Record, a RTP África, CNN, Canal + (está com o cartão vencido) e mais um canal de filmes. Nem sempre tudo funciona como deveria. Falta água e energia, e o barulho dos geradores estão por todo lado. A rede móvel é boa, assim como a Internet, com velocidade razoável, inclusive com 3G.
Já tive oportunidade de circular pela cidade, fui ver a Bissau velha, com seus casarões do tempo de colônia, a Fortaleza d’Amura, contendo o mausoléu de Amílcar Cabral (líder nacionalista que ajudou a fundar o Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde – PAIGC), a Igreja e o Palácio Presidencial semi-destruído pela guerra civil.
Pela cultura, Bissau podia ser o Brasil – de toda maneira, somos todos irmãos na raça e no sangue.
Fotos: Paulo Siqueira